Monday, February 24, 2014

Quando é que podemos dizer que conhecemos algo?

De acordo com a teoria tradicional (teoria do conhecimento como crença verdadeira justificada), só há conhecimento quando se encontram reunidas as seguintes condições necessárias:

a) Temos uma crença acerca de algo;
b) Essa crença é verdadeira;
c) Temos justificação para a verdade dessa crença.

Embora os contra-exemplos de Gettier tenham posto em causa esta teoria, podemos usá-la para, numa abordagem preliminar, explicarmos as condições mínimas a que obedece o conhecimento. Estas condições podem não ser suficientes para explicar o conhecimento, no entanto não deixam de ser necessárias: todo o conhecimento tem que ser uma crença; todo o conhecimento tem que ser verdadeiro e a verdade do conhecimento tem que ter uma justificação. Se devem existir mais condições para o conhecimento é uma questão que se coloca a uma abordagem epistemológica mais profunda, mas estas três condições podem servir para responder à questão colocada, porque grande parte dos nossos conhecimentos está submetida a elas.
Se uma crença se revelar como não estando adequada à realidade, temos que concluir que não é verdadeira. Se constatamos que a realidade parece comportar-se como é suposto por uma crença nossa, só podemos afirmar que possuímos conhecimento se tivermos uma justificação para a verdade dessa crença - não basta ter a convicção de que é assim, temos que saber porquê.
Mesmo que o nosso conhecimento possa ser provisório, enquanto tivermos uma boa justificação para a verdade de uma crença, temos conhecimento daquilo que é pressuposto por essa crença. 

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